Jornal da Band

Agro se dispõe a negociar marco temporal após Gilmar Mendes suspender ações

Ministro do STF reconheceu a existência de conflitos que poderiam gerar insegurança jurídica sobre demarcação de terras no Brasil

Da redação

Ministro Gilmar Mendes suspendeu ações sobre marco temporal
Ministro Gilmar Mendes suspendeu ações sobre marco temporal
Carlos Moura/STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão das ações que questionam a constitucionalidade da lei que estabelece o marco temporal para a demarcação das terras indígenas. A medida repercutiu no Congresso. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) considera que a iniciativa valida o que está previsto na legislação.

“Ele parou o processo todo, suspendeu todos os questionamentos em relação à constitucionalidade da lei, aplicabilidade da lei. Reconheceu a legalidade da lei aprovada pelo Congresso Nacional, uma vitória muito importante para todos nós, mas ele quer ter a oportunidade de, em 30 dias, ouvir as partes”, avaliou o deputado Pedro Lupion (Progressistas).

Agro quer negociar

Setores do agronegócio estão dispostos a sentar à mesa para negociarem, mas não abrem mão de um ponto fundamental.

“O reconhecimento do direito de propriedade. Nós não podemos, eventualmente, vilipendiar o direito de propriedade, retirar o produtor rural sem nenhum tipo de indenização, sem qualquer compensação, sem trazer segurança jurídica. Então, nós defendemos que a lei traga segurança jurídica ao direito de propriedade dos produtores rurais brasileiros”, pontuou Rudy Ferraz, diretor jurídico da CNA.

Gilmar chamou para uma conciliação partidos e parlamentares, além do presidente do Congresso e instituições ligadas aos produtores rurais e aos indígenas. Líderes do parlamento defendem que decisão já tomada no legislativo prevaleça.

O ministro reconheceu a existência de conflito entre possíveis interpretações da lei e o entendimento do próprio tribunal que poderia gerar uma situação de insegurança jurídica.

Agro quer negociar

Setores do agronegócio estão dispostos a sentar à mesa para negociarem, mas não abrem mão de um ponto fundamental.

“O reconhecimento do direito de propriedade. Nós não podemos, eventualmente, vilipendiar o direito de propriedade, retirar o produtor rural sem nenhum tipo de indenização, sem qualquer compensação, sem trazer segurança jurídica. Então, nós defendemos que a lei traga segurança jurídica ao direito de propriedade dos produtores rurais brasileiros”, pontuou Rudy Ferraz, diretor jurídico da CNA.

Manifestação de indígenas

A Lei do Marco Temporal prevê que os povos indígenas têm direito apenas às terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição.

Em meio à tentativa de conciliação, indígenas se manifestaram, em Brasília, contra os limites previstos pelo marco temporal. O posicionamento foi levado ao plenário da Câmara pela ministra Sônia Guajajara.

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