Juliana Finardi é jornalista e é mãe de pet. Já escreveu para o UOL e jornais impressos como Agora SP, Diário do Grande ABC e outros tantos entre reportagem e edição. Ainda acredita na humanidade, mas acha que pet é melhor que muita gente
Um macaquinho andando (solto) entre os humanos sem medo nenhum do contato. Esbarrando nas pernas e doido por uma pipoquinha que caiu do pacote de uma criança é uma cena comum entre os visitantes do Animália Park, em Cotia, na região metropolitana de São Paulo.
O parque, uma espécie de Animal Kingdom (Disney) brasileiro, é certeza de diversão para todas as idades. Apesar de ser um ambiente onde, sim, os animais estão confinados, os espaços são gigantescos e o visitante até esquece que está dentro de um zoológico.
Claro que há ressalvas a se fazer como a quase domesticação de alguns animais que chegam bem próximos aos humanos e as inúmeras pessoas que simplesmente ignoram o sem fim de plaquinhas com os famosos “não dê comida aos animais” e, pior ainda, “não fale alto para não estressar os animais”.
Não preciso nem dizer que o “não toque nos animais” na parte em que os pássaros permanecem soltos, abusam dos voos rasantes e da proximidade com os humanos, muitas crianças tocam nas aves mais mansinhas sob o olhar atento, e calado, dos pais. Sem comentários.
Aliás, tirando o quase show de horror promovido pelos humanos, o aviário (Animália Forest) é um espetáculo à parte. Com 10 mil metros quadrados, mais de 650 aves e 112 espécies distintas, o espaço é surpreendente exatamente pelo fato de os pássaros estarem soltos e permitirem que os visitantes os vejam interagir entre si e com a natureza. Ali também moram répteis e mamíferos.
A maioria dos animais neste espaço são nativos e muitos deles ameaçados de extinção, como é o caso dos 15 mutuns que se destacam e integram o Programa de Conservação Ambiental do Animália, que tem o objetivo de proteger as espécies. O local também tem aves resgatadas que vieram de centros de reabilitação e não têm condições de voltar à natureza, como é o caso das duas espécies de atobás.
“Os atobás vieram de resgate feito por centros de reabilitação, assim como grande parte das aves que temos aqui. Como eles não têm condições físicas de voltar à natureza, esses centros procuram instituições comprometidas com a conservação para receber esses animais, como é o caso do Animália", explica o diretor técnico do Animália Reserva, Marco Majolo. Ainda na área do aviário, um grupo de antas (maior mamífero terrestre do Brasil) faz a alegria dos visitantes. Moana, Anita e Rosinha estão completamente integradas ao ambiente do parque
A população de animais de todo o parque, aliás, é composta, em sua maioria, por resgatados que não têm condições de voltar à natureza. São 1,3 mil animais de 170 espécies.
Os bichos que estão lá fazem parte de uma espécie de cooperação internacional. O Animália Reserva é membro da Associação Latino-Americana de Parques Zoológicos e Aquários, além de ser parceiro em programas europeus, participar do Plano de Ação Nacional para a conservação das espécies ameaçadas de extinção, onde são traçadas políticas públicas de proteção e salvaguarda das populações de vida livre. Isso tudo além dos acordos de cooperação técnica que abrange instituições de diversos países. É por meio dessas parcerias e associações que os animais chegam até o Animália.
Ficou animado? Minha recomendação é que você vá e tire as próprias conclusões. Meu coração ficou com a duplinha de leão e leoa logo no início do passeio pelo safari. Isso sem contar o casal de lobinhos guará que ficam lá pelo meio do percurso. Sem mais spoilers, roupas leves e tênis facilitarão (e muito) a sua boa caminhada de 5 km pelo mundo dos animais.
O Animália fica na Estrada do Furquim, 1490 - Bairro Santa Maria - Cotia - SP (km 39 da Raposo Tavares, a menos de 1 hora de São Paulo). A entrada promocional (que vai até o fim de maio) custa R$ 150 (para adulto ou criança a partir de 2 anos).