Claudia Celada, de 23 anos, está há dois meses internada nos Estados Unidos, onde faz intercâmbio. A brasileira passou mal depois de tomar uma sopa enlatada. Primeiro, sentiu tontura. Depois, veio a paralisia dos músculos do corpo. O diagnóstico: botulismo.
“Agora ela está me vendo. No primeiro mês, ela nem me via porque não conseguia abrir os olhos”, conta o pai da jovem, o empresário Antônio Celada, que vive na zona sul de São Paulo.
A doença é provocada por uma bactéria que, ao se multiplicar, produz a toxina botulínica. No organismo, ela bloqueia os sinais nervosos do cérebro para os músculos do corpo e pode ser fatal.
“Pode começar só com uma tontura, uma turvação visual. Depois, a queda da pálpebra e, por último, essas paralisias. Então existe uma urgência de fazer o diagnóstico”, explica o infectologista Ivan França.
O botulismo é uma condição rara, porém muito grave. A principal forma de contaminação é pelo consumo de alimentos que foram preparados ou conservados de forma inadequada.
“A gente tem que tomar cuidado é na escolha dos produtos. Se você desconfiar da procedência, não sabe bem como foi produzido, então é melhor não consumir”, alerta Cynthia Kunigk, professora de Engenharia de Alimentos.
A bactéria cresce em ambientes fechados, sem oxigênio. Latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou alimentos que apresentem alterações no cheiro e no aspecto merecem atenção especial.
O tratamento é feito com soro antibotulínico e fisioterapia. Claudia ainda respira com ajuda de aparelhos e luta para recuperar cada movimento.
“O primeiro passo é trazê-la para perto da gente. A gente consegue dar muito amor e muito mais carinho. Estar no meio da família, dos amigos, não tem preço”, diz o pai da jovem.