Jornal da Band

Bolsonaro não deve ser preso por ir à embaixada, mas PF avalia novas restrições

Fontes avaliam que prisão de Bolsonaro por ir à embaixada da Hungria não é impossível, mas chances são remotas dadas outras medidas cautelares que podem ser aplicadas

Por Túlio Amâncio

Jair Bolsonaro (PL) foi flagrado por câmeras de segurança da embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro, horas depois de gravar um vídeo em que convocou um ato em São Paulo, no dia 25. Tal ação gerou um debate a respeito de o ex-presidente ter descumprido ou não medidas cautelares.

No documento entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Bolsonaro disse que isso mostra que ele não estava preocupado com prisão preventiva e que a visita não era um pedido de asilo ou tentativa de fuga.

Moraes analisará as alegações dos advogados. A Polícia Federal (PF) também investiga o caso. A inteligência já sabia que o ex-presidente havia ido ao local, mas, depois da divulgação das imagens, a informação ganhou outro peso.

Prisão praticamente descartada

Um pedido de prisão preventiva de Bolsonaro já está praticamente descartado, pelo menos pela PF. Por outro lado, existe a possibilidade da solicitação de outras medidas cautelares, a exemplo da restrição de acesso a embaixadas ou até mesmo o uso de tornozeleira eletrônica.

Bolsonaro não pode deixar o país nem manter contato com investigados nos inquéritos em que está envolvido. Até o fim de maio, a PF deve concluir o caso da venda de presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. Até o fim de julho, os trabalhos sobre a possível tentativa de golpe também devem ser concluídos.

Declaração do presidente do STM

Em entrevista ao BandNews TV, o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Francisco Joseli Parente Camelo, criticou as motivações dos militares citados nas investigações.

“Para mim, não existe o comunismo. No Brasil, não existe. E outra coisa! O presidente Lula é um sindicalista. Eu não vejo o presidente Lula ou jamais o vi como um comunista. As pessoas têm uma mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista. Isso não existe”, pontuou o militar.

A declaração teria agradado o brigadeiro Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, e o general Freire Gomes, ex-chefe do Exército, militares que resistiram à tentativa de golpe.

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