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Da "selva" ao tri: comentaristas da BandNews FM relembram trajetória de Senna

Terceiro episódio da série "Ayrton Senna: O impacto do ídolo em uma geração" mostra como ele foi de "piloto comum" a temido na F1

Alinne Fanelli | Isabela Mota | Ivan Brandão | Yuri Queiroga

Uma selva em forma de circo: assim era a Fórmula 1 nos anos 80

“Era muito comum você ter pilotos que começavam e não terminavam aquela aquela temporada ou por deficiência técnica, ou porque não tinham o dinheiro para continuar correndo”, analisa a comentarista de Fórmula 1 da BandNews FM Alessandra Alves.

Ser um piloto qualquer não garantia futuro. Era preciso mostrar serviço. 

“A chegada do Senna, em 1984, foi uma chegada como de um outro piloto qualquer. Só que, logo de cara, o Senna chamou muito a atenção. Principalmente pelo desempenho dele no Grande Prêmio de Mônaco daquele ano”, completa Alessandra.

A estreia passou longe da possibilidade - não completou o Grande Prêmio do Brasil. Mas na segunda corrida, na África do Sul, vieram os primeiros pontos. O cartão de visitas viria na sexta etapa daquele ano: um segundo lugar em Mônaco, mas que seria a primeira vitória se a corrida não tivesse sido interrompida.

“A prova não deveria ter sido suspensa de forma alguma, mas dadas as condições e a situação ali de Prost, que era francês e estava liderando a corrida. Enfim, aconteceu o que aconteceu”, reclamou Senna na época.

Mas a glória no palco mais famoso do automobilismo viria depois. Aliás, seis vezes depois. Nas ruas do principado, ninguém venceu mais ali do que Ayrton Senna.

A primeira em Mônaco foi a bordo de uma Lotus, equipe pela qual conquistou a primeira vitória na categoria em Estoril (Portugal). Ali, foram seis vitórias 22 pódios e 16 poles. Números que o credenciaram a assumiram um cockpit da McLaren, equipe pela qual Ayrton conquistaria três títulos mundiais.

O primeiro em 1988 em Suzuka, no Japão. O carro engasga e não larga  e a corrida é de recuperação. A redenção é a bandeira quadriculada.

O comentarista Luiz Fernando Ramos, da BandNews FM, relembra da polêmica de 1989 e como o piloto, ora qualquer, havia se tornado temido dentro e fora das pistas.

“O Prost fechou a porta para o Senna, os dois ficaram pelo caminho. O Prost abandona, o Senna volta pra pista, se recupera e ganha a corrida, só para depois ser desclassificado pelos dirigentes, porque ele teria cortado a chickane na volta ao circuito. Ele fez muitas críticas à FIA no dia mesmo, achou que tinha sido tratado de maneira injusta e o presidente na época, Jean-Marie Balestre aplicou uma multa de 100 mil dólares. Mas deixou claro, ao pagar no último dia que não estava nada satisfeito com isso”, conta.

A lei do retorno viria no ano seguinte. Senna e Prost não passaram da primeira curva, e o acidente agora favorecia a Senna, que conquistava ali o seu segundo campeonato. Ou, nas palavras dele, reconquistava o que lhe haviam tirado.

“É a reconquista de um título que foi levado em 89. Reiniciei em 90 com o pensamento na reconquista do título de 89 que era já meu em 88. Então, o título de 90, para mim, representa os últimos dois anos”, disse o brasileiro à época.

Em 1991, o título foi mais tranquilo: com o abandono de Nigel Mansell na décima volta do Grande Prêmio do Japão, Senna já era o campeão. Foi a corrida famosa em que o brasileiro deixou o seu companheiro de equipe, Gerhard Berger, ultrapassá-lo na linha de chegada.

Três títulos, 41 vitórias e 161 corridas, muitas delas ajudaram o “piloto qualquer” o “piloto temido” a se tornar uma lenda. E são delas que falaremos no próximo capítulo.

Especial dos 30 anos da morte de Senna

A BandNews FM apresenta durante esta semana a série especial Ayrton Senna: O impacto do ídolo em uma geração, com cinco reportagens para rememorar a trajetória e o legado de Ayrton Senna. Os episódios vão ao ar de segunda (29) a sexta-feira (3).

A série, narrada por Bruno Camarão, tem produção de Alinne Fanelli, Isabela Mota e Yuri Queiroga, com texto e roteiro de Ivan Brandão.

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